ídolos
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JOGADORES
Algodão - Zenny de Azevedo, o Algodão, foi um dos cinco maiores jogadores do basquetebol brasileiro em todos os tempos. Ele teve um currículo invejável. Além do titulo de campeão mundial em 1959, conquistou duas medalhas olimpíadas de bronze, em Londres (1948) e Roma (1960), sendo assim o único jogador de basquete do Flamengo com duas medalhas olímpicas. Nascido no dia 1 de março de 1915, no bairro do Realengo no Rio de Janeiro, "Algodão" foi o apelido de infância pelo qual Zenny de Azevedo se tornaria mundialmente conhecido. Com 1,85m de altura, começou a jogar basquete no Clube Aliados de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, mas logo foi jogar no Flamengo, apesar de cobiçado por outros clubes da cidade. Considerado um símbolo de amor e dedicação ao basquete, Algodão nunca recebeu salários no Flamengo ou na seleção brasileira. Sempre manteve um estilo de vida simples e tranqüilo, sem nunca deixar Campo Grande, zona Oeste do Rio de Janeiro, onde nasceu e cresceu. Em reconhecimento, o ginásio do Complexo Esportivo Miécimo da Silva, construído no bairro, foi batizado de Ginásio Algodão. Maior ídolo do basquetebol do Flamengo, Algodão comandou a equipe rubro negra na histórica campanha do decacampeonato estadual (1951-1960). Esteve presente também na conquista do Tri Brasileiro em 1949, 1951 e 1953. Em 195 jogos disputados ganhou 189. Em doze anos de reinado na seleção brasileira (1948-1960), Algodão participou de quatro olimpíadas (1948, 1952, 1956 e 1960). Três campeonatos mundiais (1950. 1954. 1959) e três medalhas de bronze nos Jogos pan-americano (1951. 1955. 1959). Nas Olimpíadas de Londres 1948, medalha de bronze, marcou 67 pontos em 8 jogos. Nas Olimpíadas de Helsinque 1952, 6º lugar, marcou 60 pontos em 8 jogos. Nas Olimpíadas de Melbourne 1956, 6º lugar, marcou 75 pontos em 7 jogos. Nas Olimpíadas de Roma 1960, medalha de bronze,marcou 22 pontos em 4 jogos. Aos setenta e seis anos de idade, e ainda dando aulas de basquete na Faculdade de Educação Física Moacyr Bastos, Algodão foi vitima de insuficiência múltipla dos órgãos e faleceu no dia 10 de março de 2001. A quadra, palco de vitórias e atuações inesquecíveis durante toda sua vida, foi o lugar escolhido pela família e pelos amigos para dar seu último adeus. Seu corpo foi velado no ginásio do Colégio Affonso Celso, em Campo Grande. O caixão, coberto com a bandeira do Flamengo, foi levado para o cemitério da cidade onde nasceu e morou durante toda sua vida no carro do Corpo de Bombeiros.
Carioquinha - Milton Setrini Junior, o Carioquinha, faz parte da história do basquete brasileiro. Ele era o armador da equipe que, no último segundo, conquistou a vitória sobre a Itália no Mundial de 1978. O resultado valeu o terceiro lugar – melhor colocação desde então de uma seleção brasileira masculina em mundiais. "Quando fui para o Mundial das Filipinas, eu jogava no Flamengo e era o único representante na equipe de clubes do Rio de Janeiro", relembra. Apesar do apelido, Carioquinha é paulistano. Nasceu na capital paulista, em 4 de janeiro de 1951. "Acabei recebendo esse apelido também pelo meu jeito extrovertido. Sempre gostei do Rio. Considero-me mais carioca do que muitos cariocas". Depois de duas temporadas na Gávea, Carioquinha saiu e retornou anos depois, para integrar a equipe que venceu o campeonato estadual de 1984 e 1985. "Aquela equipe era muito unida: Marquinhos, Nilo, Marcelo Vido, Almir, Feijó, eu, Paulão. Essa, talvez, tenha sido a melhor equipe em que joguei em clubes. Marecia ser campeã brasileira, mas a arbitragem errou e nos prejudicou na partida contra o Monte Líbano". Carioquinha encerrou sua carreira como jogador no Flamengo. A decisão foi precipitada, segundo ele, de forma desagradável, após um desentendimento com o treinador Zé Boquinha. "Em 1991, estávamos numa final antecipada com o Franca. Ganháramos a primeira partida no Rio e, na segunda partida, a pressão da Franca era muito forte. Estávamos em vantagem e eu, aos 40 anos, estava sendo malandro e fazendo antijogo, para esfriar a reação do time da casa. O técnico me tirou da equipe, a poucos minutos do fim, e acabamos perdendo a partida. Discutimos e nem joguei a partida seguinte. Foi uma pena porque era para ter sido campeão naquele ano. Não falo com ele até hoje". Do alto de uma carreira recheada de conquistas, como a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1971,o atleta resolveu começar uma carreira como técnico. Hoje, aos 58 anos, administra uma escolinha de futebol do Flamengo em Brasília, onde mantém uma escola de basquete chamada Ponte Aérea – nome da jogada em que lançava Oscar Schimidt para uma enterrada ou bandeja. "Ter a alegria de vestir a camisa do Flamengo foi um momento marcante na minha carreira. Tive propostas para atuar em outras equipes do Rio, mas eu sou da época em que ainda era importante identificar-se com a camisa", conclui.
Marcelinho Machado - Marcelo Magalhães Machado, mais conhecido como Marcelinho, é um dos maiores jogadores de basquete do Brasil nos últimos anos. Marcelinho, que atua na posição de ala-armador, fez parte ativamente da Seleção Brasileira de Basquete Masculino após a era Oscar Schmidt. O jogador, que tem dois metros de altura, é o grande símbolo da equipe brasileira. Tricampeão pan-americano, capitão da Seleção Brasileira de Basquete, Marcelinho foi contratado pelo Flamengo aos 33 anos, como maior reforço da equipe rubro-negra para a temporada 2007/2008, com o intuito de ajudar o Clube a conquistar o inédito título Nacional na modalidade. Marcelinho atua ao lado de seu irmão Duda, outro dos destaques da equipe rubro-negra. O outro irmão de Marcelo, Ricardo, também trabalha com ele na Gávea. É o fisioterapeuta da equipe. Ou seja, o jogador está em casa na Gávea. Até porque o famoso camisa 4 começou sua carreira, ainda muito jovem, no próprio Flamengo. Depois, passou por clubes como Fluminense, Botafogo, Tijuca, Ginástico (MG), Corinthians (RS), Rimini Crabs (ITA), Alerta Lobos Cantabria (ESP), Rio de Janeiro e Uberlândia (MG). Na temporada de 2006, antes de vir para o Flamengo, estava no Zalgiris Kaunas, da Lituânia. Pela Seleção, já conquistou o tricampeonato pan-americano e o bicampeonato sul-americano. Logo em seu primeiro semestre vestindo a camisa do Flamengo, mostrou ao que veio. O ala anotou mais de 400 pontos em apenas 19 partidas e foi o principal personagem da conquista do tricampeonato estadual na modalidade. Desde 2007 quando chegou ao clube até o início de 2009, quando conquistou a Liga Sul-Americana 2009, Marcelinho se tornou o principal jogador do elenco, alcançando marcas incríveis em pontos e eficiência sendo o cestinha do clube em todas as competições desde então. Já marcou mais de 2 mil pontos com a camisa do Flamengo e conquistou dois títulos nacionais, um sul-americano e cinco estaduais.
Oscar - Oscar Daniel Bezerra Schmidt é um ex-jogador brasileiro de basquete, e talvez um dos maiores de todos os tempos no país. O eterno camisa 14 da Gávea é o recordista mundial de pontos nesse esporte, com 49.737 pontos ao longo da carreira e foi incluído no livro dos 100 melhores jogadores de basquete da história por Alex Sachare. O Mão Santa, assim conhecido pela sua precisão com as mãos, também é junto com Teófilo da Cruz e Andrew Gaze, um dos 3 jogadores de basquete a terem disputados cinco Olimpíadas, sendo cestinha em três delas e marcando ao todo nas cinco, 1.093 pontos. Em sua carreira gloriosa teve sua camisa aposentada em 4 clubes diferentes, a número 14 do Unidade de Brasilia, a 18 de Caserta na Itália, a 11 de Pavia na Itália e a número 14 do Flamengo. Chegou ao clube em 1999, e ficou encantado com a torcida, mais tarde assumiu ser Flamenguista. Atuando pelo Flamengo, Oscar marcou 7.241 pontos em 219 jogos, tendo uma média de 33 pontos por partida. Conquistou 2 Campeonatos cariocas, foi vice em outro e vice em um brasileiro. Foi cestinha do Campeonato carioca de 1999 à 2002 e do Campeonato brasileiro de 2000 à 2003. Oscar jogou no Flamengo por cinco temporadas. Em 219 jogos, Oscar marcou 7.241 pontos, uma média de 33 pontos por partida. Participou decisivamente da conquista de dois campeonatos cariocas e, ainda, da campanha que levou o clube ao segundo lugar de um carioca e de um campeonato brasileiro. Foi o jogador que mais pontos marcou num jogo do campeonato nacional de clubes (57) e num jogo da Liga Sul Americana de clubes (46). Ainda no clube, alcançou a marca de 500 pontos atuando pelo Flamengo em um Fla-Flu e na mesma partida chegou a marca de 43.000 pontos. Em 2003 se tornou sócio proprietário e honorário do clube. Antes de se aposentar também nesse ano, realizou seu sonho de jogar junto com o seu filho Felipe Schmidt no Flamengo, e em sua despedida disse a seguinte frase: "O único arrependimento que tenho na vida, foi não ter vestido este Manto Sagrado antes."
Waldyr Boccardo - Waldyr Geraldo Boccardo foi um jogador e técnico de basquete que teve passagens pela Seleção Brasileira e pelo Flamengo. Waldyr foi um dos atletas do basquete que conquistaram medalhas olímpicas enquanto defendia o clube da Gávea, fez parte daquele grande elenco rubro-negro decacampeão carioca na década de 50. Ainda como jogador do clube conquistou o primeiro título mundial de basquete pela Seleção em 1959 no Chile. 50 anos mais tarde no dia 27 de fevereiro de 2009 foi homenageado pelo Flamengo em uma partida da NBB com uma camisa com o seu nome e teve seu nome gritado pela torcida. Como técnico Waldyr conquistou o Nacional de Basquete com a equipe do Corinthians-RS. No Flamengo, Waldyr esteve presente nos títulos cariocas de 1959 e 1960 na conquista do Flamengo do Decacampeonato Carioca de Basquete Masculino em 1960. Hoje, seu filho Vitor integra o grupo que disputa os campeonatos na temporada 2009/2010.
TREINADORES
Ary Vidal - Nascido na cidade do Rio de Janeiro em 28 de dezembro de 1935, Ary Ventura Vidal dedicou grande parte de sua vida ao basquetebol. Antes de tornar-se treinador, Vidal tinha o Flamengo como a sua segunda casa. Muitas das vezes chegava ao clube de manhã e só ia embora à noite. Pode-se dizer que naquela época Ary "respirava" Flamengo dia e noite. Sua carreira como treinador teve como mentor o saudoso Togo Renan Soares, popularmente conhecido como Kanela (vitorioso treinador da seleção brasileira e do Flamengo, onde permaneceu de 1948 a 1970). Ary Vidal, que no início de sua trajetória como técnico era assistente de Kanela, destaca a importância do seu grande mestre, como ele mesmo gosta de dizer. "Aprendi muita coisa com o ele. Kanela foi importantíssimo para mim. Inclusive, considero disparado como o melhor técnico da história do basquete nacional". Após ser assistente técnico de Kanela, Vidal resolveu trilhar sozinho a sua própria carreira, comandando ao longo de sua vida 13 clubes (Tijuca TC/RJ, Flamengo/RJ, Fluminense/RJ, Vasco da Gama/RJ, Clube do Remo/PA, Minas TC/MG, Al Ahli/Arábia Saudita, Angra dos Reis/RJ, EC Sírio/SP, Juver/Espanha, Corinthians/RS, Uberlândia/MG e Sport Club Recife/PE). Apesar de sua extensa experiência em clubes, Ary Vidal ganhou notoriedade comandando a Seleção Brasileira. Pela feminina, Vidal dirigiu a equipe em 11 jogos, com oito vitórias e três derrotas. Já pela seleção masculina, foram 129 partidas disputadas, com 92 vitórias e 29 derrotas. Só para citar um dos marcos de seu currículo, Ary era o técnico do Brasil no Campeonato Mundial de 1978, ano em que o país chegou pela última vez a um pódio da referida competição, conquistando a medalha de bronze. Curiosamente, Ary também esteve presente na última vez em que a seleção masculina disputou os Jogos Olímpicos (Atlanta, 1996). Não se pode citar Ary Vidal sem mencionar o ano de 1987. A conquista da medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis (EUA), vencendo os poderosos norte-americanos foi, para Vidal, a partida de sua vida.
"Aquele título Pan-Americano foi muito especial. Tão especial que para mim foi o momento mais marcante da minha carreira como técnico". A história de Ary Vidal se confunde com a do Flamengo. Mesmo tendo trabalhado poucos anos efetivamente como técnico da equipe principal rubro-negra, dois personagens que fazem parte da lista dos maiores nomes da história do clube fizeram parte e foram determinantes para as suas conquistas dentro da quadra: Kanela e Oscar. Retornando ao ‘mundo do basquete’ depois de ficar alguns anos afastados por problemas de saúde, Ary Vidal assumiu em 2009 a diretoria de basquete do Flamengo. Vitorioso como sempre foi, Vidal já deixou a sua marca com menos de quatro meses no clube, com o título da Liga Sul-americana e da primeira ediçao do Novo Basquete Brasil. Ary Vidal publicou o livro "Basquetebol para vencedores", em 1991, pela Rígel Editora. Nesta obra, além de técnicas, táticas e teorias sobre a modalidade, a obra também aborda importantes lições de cidadania através do esporte (por Thiago Bosco).
Kanela - Togo Renan Soares, mais conhecido como Kanela, nasceu em João Pessoa, mas foi no Rio de Janeiro que ele se tornou um mito. O treinador revolucionou a história do basquete brasileiro e rubro-negro acabando com a "seca" de títulos. Antes de se tornar técnico, foi jogador de pólo aquático e futebol do Botafogo, já no Flamengo foi técnico de futebol na época em que o clube pretendia renovar o elenco tricampeão em 1944 e foi responsável pela revelação do zagueiro Domingos da Guia, trabalhando fora dos campos. Em 1948, abandonou os campos e se tornou técnico de basquete no Flamengo. Foi nesse esporte que Togo se tornou o maior técnico de todos os tempos no Brasil. Treinou o Flamengo entre 1948 à 1970 e ganhou doze estaduais, destacando-se o decampeonato estadual do Rio de Janeiro de 1951 à 1960. Em 1954 chegou a seleção, venceu dois mundias da FIBA de Basquete, em 1959 batendo a URSS na final e em 1963 batendo os Estados Unidos na final. Ainda foi vice campeão mundial duas vezes em 1954 e 1970 e medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 1960. Kanela, também levou a medalha de bronze no mundial de 1967, e nos Jogos Pan-Americanos foi vice em 1963 e terceiro em 1951 e 1959, ainda garantiu 5 Copas Américas em 1958, 1960, 1961, 1963 e 1971. Ao todo, comandou a seleção, em 103 jogos (87 vitórias e 16 derrotas) em 14 competições oficiais. É tão fácil lembrar de Kanela por seus títulos, quanto pelas cenas antológicas que acabou protagonizando nas quadras. Uma delas inspirou Nelson Rodrigues a escrever a crônica "O tapa cívico", narrando a bofetada desferida em um árbitro de quem duvidava da imparcialidade durante o Mundial do Uruguai em 1967. Faleceu dia 12 de Dezembro de 1992 no Rio de Janeiro. Seu nome foi dado ao ginásio de basquete da Gávea, em uma justíssima homenagem. Em 2007, junto com Amaury Passos e Hortência entrou para o Hall da Fama da FIBA e em 2008, foi indicado para o Hall da Fama do basquete mundial.
Paulo Chupeta - O comandante da geração multicampeã dos anos 2000 já tem seu lugar garantido nas páginas da história do Flamengo. Ele começou como técnico na equipe pré-mirim quando ainda era juvenil, no clube Riachuelo, e técnico chegou na Gávea em 1997. Chupeta começou no Fla comandando a equipe infanto depois se tornou assistente do técnico Claudio Mortari em 2000. Com a chegada de Miguel Angelo da Luz, voltou a dirigir somente as categorias de base. Mas quando o técnico Emanuel Bomfim, Chupeta voltou a ser assistente, e nesse cargo foi vice campeão brasileiro em duas oportunidades nos anos de 2000 e 2004. Chupeta também teve uma passagem como assistente no Tijuca Tênis Clube, quando a equipe era comandada por Marcos Flavio. Como técnico profissional do Fla, comandou o time rubro-negro em dois Campeonatos Nacionais de basquete, 2007 e 2008. Tendo Chupeta como técnico, o Flamengo conquistou, até o momento, quatro campeonatos cariocas, em 2005, 2006, 2007 e 2008, além dos Nacionais de 2008 e 2009. Ainda em 2008, levou o Flamengo à final da Liga Sul-Americana de Basquete, que ele veio a conquistar no ano seguinte, e chegou à seleção brasileira, à qual comandou em torneios preparatórios e pelo Campeonato Sul-Americano adulto masculino.
Algodão - Zenny de Azevedo, o Algodão, foi um dos cinco maiores jogadores do basquetebol brasileiro em todos os tempos. Ele teve um currículo invejável. Além do titulo de campeão mundial em 1959, conquistou duas medalhas olimpíadas de bronze, em Londres (1948) e Roma (1960), sendo assim o único jogador de basquete do Flamengo com duas medalhas olímpicas. Nascido no dia 1 de março de 1915, no bairro do Realengo no Rio de Janeiro, "Algodão" foi o apelido de infância pelo qual Zenny de Azevedo se tornaria mundialmente conhecido. Com 1,85m de altura, começou a jogar basquete no Clube Aliados de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, mas logo foi jogar no Flamengo, apesar de cobiçado por outros clubes da cidade. Considerado um símbolo de amor e dedicação ao basquete, Algodão nunca recebeu salários no Flamengo ou na seleção brasileira. Sempre manteve um estilo de vida simples e tranqüilo, sem nunca deixar Campo Grande, zona Oeste do Rio de Janeiro, onde nasceu e cresceu. Em reconhecimento, o ginásio do Complexo Esportivo Miécimo da Silva, construído no bairro, foi batizado de Ginásio Algodão. Maior ídolo do basquetebol do Flamengo, Algodão comandou a equipe rubro negra na histórica campanha do decacampeonato estadual (1951-1960). Esteve presente também na conquista do Tri Brasileiro em 1949, 1951 e 1953. Em 195 jogos disputados ganhou 189. Em doze anos de reinado na seleção brasileira (1948-1960), Algodão participou de quatro olimpíadas (1948, 1952, 1956 e 1960). Três campeonatos mundiais (1950. 1954. 1959) e três medalhas de bronze nos Jogos pan-americano (1951. 1955. 1959). Nas Olimpíadas de Londres 1948, medalha de bronze, marcou 67 pontos em 8 jogos. Nas Olimpíadas de Helsinque 1952, 6º lugar, marcou 60 pontos em 8 jogos. Nas Olimpíadas de Melbourne 1956, 6º lugar, marcou 75 pontos em 7 jogos. Nas Olimpíadas de Roma 1960, medalha de bronze,marcou 22 pontos em 4 jogos. Aos setenta e seis anos de idade, e ainda dando aulas de basquete na Faculdade de Educação Física Moacyr Bastos, Algodão foi vitima de insuficiência múltipla dos órgãos e faleceu no dia 10 de março de 2001. A quadra, palco de vitórias e atuações inesquecíveis durante toda sua vida, foi o lugar escolhido pela família e pelos amigos para dar seu último adeus. Seu corpo foi velado no ginásio do Colégio Affonso Celso, em Campo Grande. O caixão, coberto com a bandeira do Flamengo, foi levado para o cemitério da cidade onde nasceu e morou durante toda sua vida no carro do Corpo de Bombeiros.
Carioquinha - Milton Setrini Junior, o Carioquinha, faz parte da história do basquete brasileiro. Ele era o armador da equipe que, no último segundo, conquistou a vitória sobre a Itália no Mundial de 1978. O resultado valeu o terceiro lugar – melhor colocação desde então de uma seleção brasileira masculina em mundiais. "Quando fui para o Mundial das Filipinas, eu jogava no Flamengo e era o único representante na equipe de clubes do Rio de Janeiro", relembra. Apesar do apelido, Carioquinha é paulistano. Nasceu na capital paulista, em 4 de janeiro de 1951. "Acabei recebendo esse apelido também pelo meu jeito extrovertido. Sempre gostei do Rio. Considero-me mais carioca do que muitos cariocas". Depois de duas temporadas na Gávea, Carioquinha saiu e retornou anos depois, para integrar a equipe que venceu o campeonato estadual de 1984 e 1985. "Aquela equipe era muito unida: Marquinhos, Nilo, Marcelo Vido, Almir, Feijó, eu, Paulão. Essa, talvez, tenha sido a melhor equipe em que joguei em clubes. Marecia ser campeã brasileira, mas a arbitragem errou e nos prejudicou na partida contra o Monte Líbano". Carioquinha encerrou sua carreira como jogador no Flamengo. A decisão foi precipitada, segundo ele, de forma desagradável, após um desentendimento com o treinador Zé Boquinha. "Em 1991, estávamos numa final antecipada com o Franca. Ganháramos a primeira partida no Rio e, na segunda partida, a pressão da Franca era muito forte. Estávamos em vantagem e eu, aos 40 anos, estava sendo malandro e fazendo antijogo, para esfriar a reação do time da casa. O técnico me tirou da equipe, a poucos minutos do fim, e acabamos perdendo a partida. Discutimos e nem joguei a partida seguinte. Foi uma pena porque era para ter sido campeão naquele ano. Não falo com ele até hoje". Do alto de uma carreira recheada de conquistas, como a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1971,o atleta resolveu começar uma carreira como técnico. Hoje, aos 58 anos, administra uma escolinha de futebol do Flamengo em Brasília, onde mantém uma escola de basquete chamada Ponte Aérea – nome da jogada em que lançava Oscar Schimidt para uma enterrada ou bandeja. "Ter a alegria de vestir a camisa do Flamengo foi um momento marcante na minha carreira. Tive propostas para atuar em outras equipes do Rio, mas eu sou da época em que ainda era importante identificar-se com a camisa", conclui.
Marcelinho Machado - Marcelo Magalhães Machado, mais conhecido como Marcelinho, é um dos maiores jogadores de basquete do Brasil nos últimos anos. Marcelinho, que atua na posição de ala-armador, fez parte ativamente da Seleção Brasileira de Basquete Masculino após a era Oscar Schmidt. O jogador, que tem dois metros de altura, é o grande símbolo da equipe brasileira. Tricampeão pan-americano, capitão da Seleção Brasileira de Basquete, Marcelinho foi contratado pelo Flamengo aos 33 anos, como maior reforço da equipe rubro-negra para a temporada 2007/2008, com o intuito de ajudar o Clube a conquistar o inédito título Nacional na modalidade. Marcelinho atua ao lado de seu irmão Duda, outro dos destaques da equipe rubro-negra. O outro irmão de Marcelo, Ricardo, também trabalha com ele na Gávea. É o fisioterapeuta da equipe. Ou seja, o jogador está em casa na Gávea. Até porque o famoso camisa 4 começou sua carreira, ainda muito jovem, no próprio Flamengo. Depois, passou por clubes como Fluminense, Botafogo, Tijuca, Ginástico (MG), Corinthians (RS), Rimini Crabs (ITA), Alerta Lobos Cantabria (ESP), Rio de Janeiro e Uberlândia (MG). Na temporada de 2006, antes de vir para o Flamengo, estava no Zalgiris Kaunas, da Lituânia. Pela Seleção, já conquistou o tricampeonato pan-americano e o bicampeonato sul-americano. Logo em seu primeiro semestre vestindo a camisa do Flamengo, mostrou ao que veio. O ala anotou mais de 400 pontos em apenas 19 partidas e foi o principal personagem da conquista do tricampeonato estadual na modalidade. Desde 2007 quando chegou ao clube até o início de 2009, quando conquistou a Liga Sul-Americana 2009, Marcelinho se tornou o principal jogador do elenco, alcançando marcas incríveis em pontos e eficiência sendo o cestinha do clube em todas as competições desde então. Já marcou mais de 2 mil pontos com a camisa do Flamengo e conquistou dois títulos nacionais, um sul-americano e cinco estaduais.
Oscar - Oscar Daniel Bezerra Schmidt é um ex-jogador brasileiro de basquete, e talvez um dos maiores de todos os tempos no país. O eterno camisa 14 da Gávea é o recordista mundial de pontos nesse esporte, com 49.737 pontos ao longo da carreira e foi incluído no livro dos 100 melhores jogadores de basquete da história por Alex Sachare. O Mão Santa, assim conhecido pela sua precisão com as mãos, também é junto com Teófilo da Cruz e Andrew Gaze, um dos 3 jogadores de basquete a terem disputados cinco Olimpíadas, sendo cestinha em três delas e marcando ao todo nas cinco, 1.093 pontos. Em sua carreira gloriosa teve sua camisa aposentada em 4 clubes diferentes, a número 14 do Unidade de Brasilia, a 18 de Caserta na Itália, a 11 de Pavia na Itália e a número 14 do Flamengo. Chegou ao clube em 1999, e ficou encantado com a torcida, mais tarde assumiu ser Flamenguista. Atuando pelo Flamengo, Oscar marcou 7.241 pontos em 219 jogos, tendo uma média de 33 pontos por partida. Conquistou 2 Campeonatos cariocas, foi vice em outro e vice em um brasileiro. Foi cestinha do Campeonato carioca de 1999 à 2002 e do Campeonato brasileiro de 2000 à 2003. Oscar jogou no Flamengo por cinco temporadas. Em 219 jogos, Oscar marcou 7.241 pontos, uma média de 33 pontos por partida. Participou decisivamente da conquista de dois campeonatos cariocas e, ainda, da campanha que levou o clube ao segundo lugar de um carioca e de um campeonato brasileiro. Foi o jogador que mais pontos marcou num jogo do campeonato nacional de clubes (57) e num jogo da Liga Sul Americana de clubes (46). Ainda no clube, alcançou a marca de 500 pontos atuando pelo Flamengo em um Fla-Flu e na mesma partida chegou a marca de 43.000 pontos. Em 2003 se tornou sócio proprietário e honorário do clube. Antes de se aposentar também nesse ano, realizou seu sonho de jogar junto com o seu filho Felipe Schmidt no Flamengo, e em sua despedida disse a seguinte frase: "O único arrependimento que tenho na vida, foi não ter vestido este Manto Sagrado antes."
Waldyr Boccardo - Waldyr Geraldo Boccardo foi um jogador e técnico de basquete que teve passagens pela Seleção Brasileira e pelo Flamengo. Waldyr foi um dos atletas do basquete que conquistaram medalhas olímpicas enquanto defendia o clube da Gávea, fez parte daquele grande elenco rubro-negro decacampeão carioca na década de 50. Ainda como jogador do clube conquistou o primeiro título mundial de basquete pela Seleção em 1959 no Chile. 50 anos mais tarde no dia 27 de fevereiro de 2009 foi homenageado pelo Flamengo em uma partida da NBB com uma camisa com o seu nome e teve seu nome gritado pela torcida. Como técnico Waldyr conquistou o Nacional de Basquete com a equipe do Corinthians-RS. No Flamengo, Waldyr esteve presente nos títulos cariocas de 1959 e 1960 na conquista do Flamengo do Decacampeonato Carioca de Basquete Masculino em 1960. Hoje, seu filho Vitor integra o grupo que disputa os campeonatos na temporada 2009/2010.
TREINADORES
Ary Vidal - Nascido na cidade do Rio de Janeiro em 28 de dezembro de 1935, Ary Ventura Vidal dedicou grande parte de sua vida ao basquetebol. Antes de tornar-se treinador, Vidal tinha o Flamengo como a sua segunda casa. Muitas das vezes chegava ao clube de manhã e só ia embora à noite. Pode-se dizer que naquela época Ary "respirava" Flamengo dia e noite. Sua carreira como treinador teve como mentor o saudoso Togo Renan Soares, popularmente conhecido como Kanela (vitorioso treinador da seleção brasileira e do Flamengo, onde permaneceu de 1948 a 1970). Ary Vidal, que no início de sua trajetória como técnico era assistente de Kanela, destaca a importância do seu grande mestre, como ele mesmo gosta de dizer. "Aprendi muita coisa com o ele. Kanela foi importantíssimo para mim. Inclusive, considero disparado como o melhor técnico da história do basquete nacional". Após ser assistente técnico de Kanela, Vidal resolveu trilhar sozinho a sua própria carreira, comandando ao longo de sua vida 13 clubes (Tijuca TC/RJ, Flamengo/RJ, Fluminense/RJ, Vasco da Gama/RJ, Clube do Remo/PA, Minas TC/MG, Al Ahli/Arábia Saudita, Angra dos Reis/RJ, EC Sírio/SP, Juver/Espanha, Corinthians/RS, Uberlândia/MG e Sport Club Recife/PE). Apesar de sua extensa experiência em clubes, Ary Vidal ganhou notoriedade comandando a Seleção Brasileira. Pela feminina, Vidal dirigiu a equipe em 11 jogos, com oito vitórias e três derrotas. Já pela seleção masculina, foram 129 partidas disputadas, com 92 vitórias e 29 derrotas. Só para citar um dos marcos de seu currículo, Ary era o técnico do Brasil no Campeonato Mundial de 1978, ano em que o país chegou pela última vez a um pódio da referida competição, conquistando a medalha de bronze. Curiosamente, Ary também esteve presente na última vez em que a seleção masculina disputou os Jogos Olímpicos (Atlanta, 1996). Não se pode citar Ary Vidal sem mencionar o ano de 1987. A conquista da medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis (EUA), vencendo os poderosos norte-americanos foi, para Vidal, a partida de sua vida.
"Aquele título Pan-Americano foi muito especial. Tão especial que para mim foi o momento mais marcante da minha carreira como técnico". A história de Ary Vidal se confunde com a do Flamengo. Mesmo tendo trabalhado poucos anos efetivamente como técnico da equipe principal rubro-negra, dois personagens que fazem parte da lista dos maiores nomes da história do clube fizeram parte e foram determinantes para as suas conquistas dentro da quadra: Kanela e Oscar. Retornando ao ‘mundo do basquete’ depois de ficar alguns anos afastados por problemas de saúde, Ary Vidal assumiu em 2009 a diretoria de basquete do Flamengo. Vitorioso como sempre foi, Vidal já deixou a sua marca com menos de quatro meses no clube, com o título da Liga Sul-americana e da primeira ediçao do Novo Basquete Brasil. Ary Vidal publicou o livro "Basquetebol para vencedores", em 1991, pela Rígel Editora. Nesta obra, além de técnicas, táticas e teorias sobre a modalidade, a obra também aborda importantes lições de cidadania através do esporte (por Thiago Bosco).
Kanela - Togo Renan Soares, mais conhecido como Kanela, nasceu em João Pessoa, mas foi no Rio de Janeiro que ele se tornou um mito. O treinador revolucionou a história do basquete brasileiro e rubro-negro acabando com a "seca" de títulos. Antes de se tornar técnico, foi jogador de pólo aquático e futebol do Botafogo, já no Flamengo foi técnico de futebol na época em que o clube pretendia renovar o elenco tricampeão em 1944 e foi responsável pela revelação do zagueiro Domingos da Guia, trabalhando fora dos campos. Em 1948, abandonou os campos e se tornou técnico de basquete no Flamengo. Foi nesse esporte que Togo se tornou o maior técnico de todos os tempos no Brasil. Treinou o Flamengo entre 1948 à 1970 e ganhou doze estaduais, destacando-se o decampeonato estadual do Rio de Janeiro de 1951 à 1960. Em 1954 chegou a seleção, venceu dois mundias da FIBA de Basquete, em 1959 batendo a URSS na final e em 1963 batendo os Estados Unidos na final. Ainda foi vice campeão mundial duas vezes em 1954 e 1970 e medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 1960. Kanela, também levou a medalha de bronze no mundial de 1967, e nos Jogos Pan-Americanos foi vice em 1963 e terceiro em 1951 e 1959, ainda garantiu 5 Copas Américas em 1958, 1960, 1961, 1963 e 1971. Ao todo, comandou a seleção, em 103 jogos (87 vitórias e 16 derrotas) em 14 competições oficiais. É tão fácil lembrar de Kanela por seus títulos, quanto pelas cenas antológicas que acabou protagonizando nas quadras. Uma delas inspirou Nelson Rodrigues a escrever a crônica "O tapa cívico", narrando a bofetada desferida em um árbitro de quem duvidava da imparcialidade durante o Mundial do Uruguai em 1967. Faleceu dia 12 de Dezembro de 1992 no Rio de Janeiro. Seu nome foi dado ao ginásio de basquete da Gávea, em uma justíssima homenagem. Em 2007, junto com Amaury Passos e Hortência entrou para o Hall da Fama da FIBA e em 2008, foi indicado para o Hall da Fama do basquete mundial.
Paulo Chupeta - O comandante da geração multicampeã dos anos 2000 já tem seu lugar garantido nas páginas da história do Flamengo. Ele começou como técnico na equipe pré-mirim quando ainda era juvenil, no clube Riachuelo, e técnico chegou na Gávea em 1997. Chupeta começou no Fla comandando a equipe infanto depois se tornou assistente do técnico Claudio Mortari em 2000. Com a chegada de Miguel Angelo da Luz, voltou a dirigir somente as categorias de base. Mas quando o técnico Emanuel Bomfim, Chupeta voltou a ser assistente, e nesse cargo foi vice campeão brasileiro em duas oportunidades nos anos de 2000 e 2004. Chupeta também teve uma passagem como assistente no Tijuca Tênis Clube, quando a equipe era comandada por Marcos Flavio. Como técnico profissional do Fla, comandou o time rubro-negro em dois Campeonatos Nacionais de basquete, 2007 e 2008. Tendo Chupeta como técnico, o Flamengo conquistou, até o momento, quatro campeonatos cariocas, em 2005, 2006, 2007 e 2008, além dos Nacionais de 2008 e 2009. Ainda em 2008, levou o Flamengo à final da Liga Sul-Americana de Basquete, que ele veio a conquistar no ano seguinte, e chegou à seleção brasileira, à qual comandou em torneios preparatórios e pelo Campeonato Sul-Americano adulto masculino.